Pedagogia de Projetos
Introdução Pedagogia de Projetos e a resignificação
dos espaços de aprendizagem
A Pedagogia de Projetos surge da
necessidade de desenvolver uma metodologia de trabalho pedagógico que valorize
a participação do educando e do educador no processo ensino-aprendizagem,
tornando-os responsáveis pela elaboração e desenvolvimento de cada Projeto de
Trabalho. Os Projetos de Trabalho contribuem para uma resignificação dos
espaços de aprendizagem de tal forma que eles se voltem para a formação de
sujeitos ativos, reflexivos, atuantes e participantes (HERNANDEZ, 1998).
Conhecer a realidade, refletir e intervir: trabalho coletivo de educador,
educando, instituição e comunidade Acrescentamos a essa metodologia uma
reflexão sobre a realidade social, orientando os Projetos de Trabalho para uma
reflexão sobre as condições de vida da comunidade que o grupo faz parte,
analisando-as em relação a um contexto sócio-político maior e elaborando
propostas de intervenção que visem transformação social (FREIRE, 1997). Os
Projetos de Trabalho permitem uma aprendizagem por meio da participação ativa
dos educandos, vivenciando as situações-problema, refletindo sobre elas e
tomando atitudes diante dos fatos. Ao educador compete resgatar as experiências
do educando, auxiliá-lo na identificação de problemas, nas reflexões sobre eles
e na concretização dessas reflexões em ações. Desenvolvimento
de Projetos em torno de temas definidos coletivamente e a partir da realidade
dos educandos Os temas gerais dos projetos, seus conteúdos específicos e a
maneira como eles são desenvolvidos não devem ser propostos apenas pelo
educador ou por pessoas que não estejam diretamente envolvidas no trabalho.
Trata-se de uma ação coletiva envolvendo educador, educando, instituição e
comunidade. A escolha dos temas e dos conteúdos específicos a serem trabalhados
é de responsabilidade de todos e deve ser pensada de forma a contemplar a
realidade do educando, a sua cultura e remeter a uma reflexão sobre Cidadania,
gerando ações de intervenção social passíveis de serem viabilizadas. O educando
é um sujeito ativo do processo de aprendizagem. O educando traz consigo uma
história de vida, modos de viver e experiências culturais que devem ser
valorizados no seu processo de desenvolvimento. Essa valorização se dá a partir
do momento em que ele tem a oportunidade de decidir, opinar, debater, construir
sua autonomia e seu comprometimento com o social, identificando-se como sujeito
que usufrui e produz cultura, no pleno exercício de sua cidadania. Daí a importância
de sua participação no desenvolvimento do Projeto de Trabalho desde o seu
início. Conteúdos específicos são necessários no processo de formação.
Simultaneamente a essa preocupação com a escolha do tema, deve-se lembrar que
existem conteúdos específicos de informática para serem desenvolvidos
paralelamente aos temas e que são necessários para o processo de formação.
Desenvolvimento de módulos de aprendizagem para solucionar problemas concretos
que surgem no desenvolvimento do trabalho O planejamento do Projeto de Trabalho
deve prever que conteúdos específicos de informática serão trabalhados ao longo
do processo de formação. À medida em que esses vão se tornando necessários,
deverão ser criados os módulos de aprendizagem, que requerem uma pausa na elaboração
do Projeto de Trabalho. Nessa pausa, os conceitos dos conteúdos específicos de
informática serão trabalhados e em seguida incorporados ao Projeto em andamento. Por
exemplo: um grupo desenvolve um Projeto de Trabalho sobre o lixo e detecta a
necessidade de construir uma tabela para fazer um levantamento da quantidade de
lixo produzida durante um mês por uma determinada família. Se esse grupo não
souber usar a ferramenta computacional para construir uma tabela, esse é o
momento de fazer uma pausa no Projeto de Trabalho e realizar um módulo de
aprendizagem cujo conteúdo será a elaboração de tabelas usando a ferramenta
computacional. Realizado esse módulo, o novo conteúdo será imediatamente
incorporado ao Projeto de Trabalho, possibilitando uma aprendizagem que dá
significado à técnica por relacioná-la a um contexto, em vez de se limitar a
situações fictícias
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