Enviar
o resumo do texto para Biblioteca, Material do Curso, Tema: Atividade 2.7,
subtema: “Reflexões sobre o texto”;
- Leia o texto Pingos nos is: a importância das comunidades em rede, em seguida faça um breve resumo levantando os pontos principais.
- O trabalho pode ser feito em grupo, porém lembrem-se que para enviar para a biblioteca o trabalho deve ser renomeado por cada cursista.
Pingos
nos is: a importância das comunidades em rede
Em menos
de 15 anos, a Internet – e com ela o ambiente em rede a longa distância –
surgiu como uma nova ferramenta de comunicação acessível a usuários domésticos
e empresariais.
Saltando
do uso restrito a alguns poucos pesquisadores enclausurados em sombrios centros
de pesquisa, passou a crescer a uma taxa média anual de 14%, até atingir cerca
de 1 bilhão de usuários no final de 2005, segundo pesquisa da eMarketer
(www.emarketer.com).
Trata-se
de um fenômeno espantoso, ainda mais por não ter sido promovido, difundido ou
controlado por governos ou empresas – uma tsunami totalmente sem aviso ou
patrocinador.
Hoje, é
impossível explicar a Internet com os óculos e conceitos do passado – desde seu
surgimento praticamente autônomo até as conseqüências mais visíveis como o MP3,
o Linux, o Kazaa, a Amazon, o Google, o Orkut e o Skype, que enfrentam do nada,
e de repente, poderosos monopólios estabelecidos.
Isso
vale também para os avanços da ciência, como a cura de doenças, o mapeamento e
seqüenciamento do genoma humano2,
e as novas conquistas em física quântica ou nanotecnologia...
Quando
lemos sobre essa rica história, constatamos um destaque justo para os
empreendedores destes projetos – mas são raros os que atribuem a devida importância
ao fundamental e decisivo papel das comunidades em rede (articuladas ou não)
para que cada um desses fenômenos eclodisse até a escala planetária dos
bilhões.
Um erro,
aliás, cometido com muita freqüência – e com graves conseqüências, quando
decidimos realizar projetos no ambiente de rede.
Um dos
que valorizam esta outra e relevante história é o sociólogo espanhol Manuel
Castells, que em seu livro A Galáxia da Internet 3
reconhece: "A história da criação e do desenvolvimento da
Internet é a história de uma aventura humana extraordinária. Ela põe em relevo
a capacidade que as pessoas têm de transcender metas institucionais, superar
barreiras burocráticas e subverter valores estabelecidos no processo de
inaugurar um mundo novo. Reforça também a idéia de que a cooperação e a
liberdade de informação podem ser mais propícias à inovação do que a competição
e o direito de propriedade."
E o
filósofo francês Pierre Lévy, o mais lúcido estudioso do assunto, assina embaixo,
logo na introdução de seu livro Cibercultura:
“O
crescimento do ciberespaço resulta de um movimento internacional de jovens
ávidos para experimentar, coletivamente, formas de comunicação diferentes
daquelas que as mídias clássicas
nos
propõem.”
Este
exército silencioso e invisível de usuários articulados está aí, desenvolvendo,
divulgando, comentando, distribuindo, defendendo, multiplicando – em suma,
construindo um novo ambiente de comunicação, inovação e conhecimento.
Estas
comunidades em rede são o epicentro dos projetos inovadores do futuro, sejam
elas articuladas em torno de um objetivo específico, sejam desarticuladas,
atuando como canais de rápida divulgação e distribuição de idéias e produtos,
de efeito efetivamente viral, de multiplicação e difusão rápida de determinada
idéia ou produto.
Fomos
descobrindo esta nova e curiosa realidade – e este novo e intrigante cenário –
ao analisar nossas experiências e o que apreendemos dela, ao longo dos inumeráveis
projetos desenvolvidos nos últimos 15 anos.
Nesse
período, todos nós, de alguma forma, tentamos instintivamente transpor para a
rede – dos Websites aos projetos de gestão de conhecimento – o modelo
verticalizado dos meios de comunicação do passado – em que havia um emissor e
uma platéia passiva, sem ferramentas interativas à disposição.
Hoje,
existe a nova possibilidade da comunicação horizontal – que, como veremos,
passará a dar mais uma opção ao ser humano, nos possibilitando uma forma
multidirecional de interação.
Como
vemos na figura abaixo:
FIGURA 1 –
A COMUNICAÇÃO ANTES DO AMBIENTE DE REDE
Víamos
que várias tentativas fracassavam, mas sem que nenhum de nós – profissionais ou
simples usuários – soubesse exatamente a razão. Mas nossa observação já intuía
que alguns usuários experimentavam novos parâmetros, utilizando-se aqui e ali
de um novo paradigma, de uma nova possibilidade: a comunicação de muitos para muitos
a distância – uma nova forma de interagir
propiciada
pelo ambiente de rede.
Este
novo paradigma de comunicação começou de forma intensa e promissora em pequenos
ambientes inovadores e tem se alastrado para grupos maiores, já alterando e
ampliando agora, e com promessas de modificar muito mais a longo prazo, a
maneira como os seres humanos se comunicam e produzem conhecimento e riqueza.
Antes
que os críticos do otimismo nos apedrejem, é bom frisar desde já: o novo
ambiente de rede permite, viabiliza
e deixa brechas para
que este espaço de comunicação floresça. No entanto, ele não é nenhuma garantia
de sucesso: é uma condição necessária – mas não suficiente!
Ou seja:
estar na rede não nos faz, necessariamente, gerar inovação ou conhecimento.
Colocar um usuário diante de um computador conectado não o deixará mais
integrado ao mundo moderno – como, aliás, temos visto em diversos projetos de
Inclusão Digital no Brasil e no mundo. Publicar um site da empresa na Web não
significa inexoravelmente novos negócios – uma conclusão a que grande parte dos
milhares de empreendedores acabou chegando depois de uma série de aventuras e
dispendiosos investimentos com Websites.
Mais,
até: estimular um projeto de gestão de conhecimento verticalizado não torna os
participantes mais aptos a enfrentar os desafios de inovação colocados pelo
cenário atual.
A rede
simplesmente propicia uma nova forma de se comunicar e gerar conhecimento, e
tem servido e servirá para determinados grupos com determinado perfil – a
partir de algumas condições específicas, que vamos apresentar neste livro.
Mas de
uma coisa não temos dúvida: o poder transformador deste novo paradigma à
disposição de grupos visionários é poderoso – como já foram outros, em
diferentes momentos da história do ser humano.
Hoje,
consumidores querem criticar produtos que apresentam defeito e ouvir a crítica
de seu vizinho. Pesquisadores se unem para trocar experiências.
Pacientes
já não se contentam apenas com o que diz seu médico.
Pela
primeira vez na história humana, temos um ambiente que permite a comunicação
multidirecional à distância e em escala global. E se massifica o espaço da
troca em rede do muitos para muitos.
Resultado:
quem não tiver incorporado profundamente este novo conceito sempre tenderá a
trabalhar na rede de forma parcial e, por que não dizer?, equivocada – baseado
nos paradigmas anteriores, que não extraíam dela seu principal potencial.
Os
projetos com esta filosofia antiga em um meio novo tendem a ser menosprezados
pelos usuários – que, a partir do momento em que estabelecem contato com a
possibilidade interativa, não querem voltar para trás.
É um
desejo legítimo do ser humano: sempre ir adiante, pois quanto mais interativos
formos, mais exigiremos interatividade no futuro. A melhor saída?
Aprofundar
o conhecimento deste novo ambiente para que possamos potencializar aquilo que
muitos, na prática, já estão fazendo!
Para
entender este novo cenário com mais detalhes, vale a pena nos aprofundarmos um
pouco na história da comunicação humana e das mudanças dos paradigmas da
comunicação.